Plástico: vilão ou solução?
Publicado em 30/11/2022
Plástico: vilão ou solução?

Quando pensamos em plástico, imaginamos em lixo. Mas acredite, nem todos merecem essa rotulagem. A palavra deriva do grego plastikos, que significa flexível, uma das características que tornou esse material um queridinho da indústria. Além disso, os plásticos fazem parte da família dos polímeros – uma macromolécula constituída por unidades menores – que podem ser naturais, sintéticos ou ambos. Um exemplo de polímero natural é a borracha, encontrada na natureza, assim como a celulose e o amido. Mas se a origem do plástico é natural, como ele ganhou o papel de vilão em menos de 100 anos?
Na primeira metade do século XIX a busca por materiais que atendessem mais facilmente as necessidades humanas levou ao descobrimento da vulcanização da borracha por Charles Goodyear, seguido por John Wesley Hyatt que, por sua vez, viabilizou a produção de celulóide, considerado o primeiro plástico industrial. Em 1907, o químico belga Leo Baekeland criou o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, o Bakelite. À primeira vista, essas soluções foram enaltecidas pelo meio científico, tanto que Hermann Staudinger, um químico alemão, recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1953, por suas descobertas no campo da química macromolecular, considerada a base para o desenvolvimento de materiais sintéticos, como o plástico.
Tudo que é bom dura pouco e o impacto negativo do plástico não tardou a aparecer. Em 1950, o mundo produzia 2 milhões de toneladas de plástico por ano. Desde então, a produção anual aumentou rapidamente, atingindo 460 milhões de toneladas em 2019. De todos os plásticos já produzidos, apenas 9% foram reciclados. Consumidores e fabricantes precisavam encontrar uma solução para esse problema ambiental. Foi nesse momento que os plásticos biodegradáveis, ou bioplásticos, surgiram como parte da solução para o mercado. Fabricados de materiais renováveis, como a cana de açúcar, eles não possuem derivados do petróleo em sua composição, e quando feito o descarte correto, se degradam no meio ambiente mais rapidamente – em torno de 800 vezes – quando comparados aos plásticos convencionais.
Conforme um artigo publicado em agosto desse ano de 2022 na revista Nature, há duas razões para apostarmos em polímeros de fontes renováveis: 1. evitar o aumento de resíduos plásticos acumulados no ambiente e a liberação de dióxido de carbono ao queimar resíduos, e 2. os recursos petrolíferos são limitados. Na ERT apostamos nos bioplásticos, pois acreditamos que eles são o nosso passaporte para um mundo com menos lixo plástico e mais consciente. Por meio do selo “OK compost INDUSTRIAL”, emitido pela TÜV AUSTRIA, garantimos que a nossa matéria prima irá se degradar quando acondicionada em um processo de compostagem industrial, evitando a sua acumulação nos ambientes, a liberação de metais pesados e outras toxinas no solo. Para nós, o futuro já começou.
Fontes:
https://education.nationalgeographic.org/resource/whopping-91-percent-plastic-isnt-recycled
https://ourworldindata.org/plastic-pollution
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-foi-inventado-o-plastico/
https://www.nature.com/articles/s41529-022-00277-7
https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/1953/staudinger/facts/