A falha da reciclagem e o perigo dos plásticos convencionais

Publicado em 26/07/2023

A falha da reciclagem e o perigo dos plásticos convencionais

A humanidade busca rapidamente uma solução para a poluição plástica. Mas, mesmo diante de muitas tentativas, ainda não estamos perto de alcançar esse objetivo.

O Greenpeace, famosa organização ambiental, advertiu recentemente que, sem reduzir drasticamente a produção de produtos plásticos, será impossível acabar com a poluição causada por eles. Essa constatação foi registrada e divulgada no relatório “Para sempre tóxico: a ciência sobre as ameaças à saúde da reciclagem de plástico”, publicado em maio de 2023 pela organização em colaboração com a Rede Internacional de Eliminação de Poluentes (IPEN) e a The Last Beach Cleanup. O documento defende a criação de um tratado jurídico e vinculante que promova materiais mais seguros e livres de toxinas. Além disso, alerta que o principal obstáculo para vencermos a poluição e a contaminação é a indústria de combustíveis fósseis, que enxerga a reciclagem do plástico como a solução para a crise atual. Mas esse, definitivamente, não é o caminho.

De acordo com o relatório, menos de 10% de todos os plásticos já produzidos foram reciclados, tornando os plásticos tradicionais incompatíveis com uma economia circular. Nessa mesma linha, uma publicação da National Geographic explica que a viabilidade da reciclagem é determinada por dois fatores principais: o mercado e os governos dos centros urbanos. Caso não haja uma estrutura municipal de recolhimento, incentivos e demanda de mercado para receber e reciclar os itens, a reciclagem não se concretiza e os itens plásticos se acumulam no ambiente, gerando danos à biodiversidade e à saúde das pessoas. A mesma publicação alerta que, cada vez que o plástico é reciclado, a cadeia de polímeros se torna mais curta e, por isso, a sua qualidade diminui. Esse resultado é conhecido como downcycling. Por isso também, o ciclo da reciclagem não é eterno e o mesmo pedaço de plástico só pode ser reciclado cerca de 2 a 3 vezes. 

Outro ponto levantado pelo recente relatório do Greenpeace foi sobre saúde pessoal. O documento menciona diversos estudos e pesquisas publicados nos últimos anos que reforçam que produtos químicos perigosos são incorporados ao plástico quando este é reciclado, aumentando as chances de contaminação das pessoas e das comunidades. Trabalhadores em oficinas de reciclagem de plástico, por exemplo, enfrentam riscos à saúde em razão de compostos orgânicos voláteis liberados durante os processos. Além deles, a vida selvagem, que frequentemente consome plástico, pode ser prejudicada por produtos químicos tóxicos.

Diante desse cenário, os Estados membros da ONU estão negociando um acordo sobre o tema. Para o Greenpeace, esse acordo deve, entre outras coisas, exigir transparência sobre produtos químicos e eliminar todos os aditivos tóxicos e produtos químicos usados no ciclo de vida dos plásticos. Nessa jornada, os plásticos compostáveis surgem como uma solução sustentável e segura. Esses materiais têm a capacidade de se decompor naturalmente em um curto período de tempo, por meio de processos de compostagem, sem deixar resíduos tóxicos ou nocivos ao meio ambiente. Por isso, nós da ERT, apostamos nessa solução para viabilizar uma  transição para uma economia mais circular e sustentável, minimizando os impactos negativos no meio ambiente e protegendo a saúde das pessoas.

Fontes:

https://www.greenpeace.org/usa/reports/forever-toxic/ https://blog.nationalgeographic.org/2018/04/04/7-things-you-didnt-know-about-plastic-and-recycling/